quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Lygia Fagundes Telles e as suas formigas sobrenaturais

Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo, mas passou a infância em pequenas cidades no interior do Estado, onde o pai, o advogado Durval de Azevedo Fagundes, foi delegado e promotor público. A mãe, Maria do Rosário (Zazita) era pianista. Algumas das cidades percorridas: Sertãozinho, Areias, Assis, Apiaí e Descalvado. Voltando a residir com a família em São Paulo, formou-se em Direito (Faculdade do Largo de São Francisco) e cursou ainda a Escola Superior de Educação Física na mesma universidade. Foi casada com o jurista e ensaísta goffredo Telles Júnior. Divorciada, casou-se com o crítico de cinema e fundador da Cinemateca Brasileira, Paulo Emílio Salles Gomes. Tem um filho, Goffredo Telles neto, cineasta.
Lygia Fagundes Telles começou a escrever muito cedo, o que a levou a considerar seus primeiros livros “muito imaturos e precipitados”. Segundo o crítico Antonio Candido, o romance “Ciranda de pedra” (1954) seria o marco da sua maturidade intelectual. Concordando com esse critério, a autora considera a sua obra a partir dessa data. Participante e testemunha desse tempo e desta sociedade, a escritora classifica sua obra como de natureza engajada, ou seja, comprometida com a condição humana nas suas desigualdades sociais.
Recebeu diversos prêmios literários, dentre os quais o do Instituto Nacional do Livro, 1985; o Guimarães Rosa, 1972; o Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, 1973; o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, 1980; e o Pedro Nava, de melhor livro do ano, 1989. A coletânea de contos A noite Escura e mais Eu, recebeu três importantes prêmios literários: melhor livro de contos, da Biblioteca nacional, Rio de Janeiro; Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, São Paulo; e Aplub de Literatura, Porto Alegre.
Lygia Fagundes Telles tem participado de feiras de livros e congressos realizados não só no Brasil, mas também em Portugal, Alemanha, Espanha, França, Itália, república Tcheca, Suécia, Canadá, Estados Unidos e México, países nos quais foram publicados seus contos e romances. Condecorações: Ordem do Rio Branco (Brasil), Infante Dom Henrique (Portugal), Ordre des Art set des lettres-Chevalier (França), Orden Al Mérito Paulista de Letras e à Academia Brasileira de Letras. Lygia Fagundes Telles segue em grande parte de sua obra, uma linha que apresenta uma prosa intimista porém isto não traz limitações no que diz respeito a outros gêneros literários.
O conto analisado chama-se “As formigas” publicado em 1977 dentro de uma coletânea de contos (Seminário dos ratos – editora José Olympio). As Formigas é um conto fantástico que nos faz entrar no universo da autora e suas constantes viagens pelo universo feminino, talvez o mais sensível ou disponível para prestar atenção às questões da existência. Trata-se de duas primas universitárias, uma delas a narradora, que se vão instalar num quarto alugado numa casa tão esquisita quanto sua dona, que, apesar da idade, usa uma destoante peruca preta ( é interessante notar que a descrição que se faz da peruca “era mais negra que a asa da graúna” estabelece uma intertextualidade com Iracema de José de Alencar.
Curioso perceber que não há presença masculina alguma no texto, apenas a menção a um antigo inquilino do quarto em que as meninas estão se instalando e os ossos que ele havia deixado no cômodo. Umas das garotas, estudantes de medicina, se interessa pelos ossos, ainda mais quando descobre que são de um anão, o que os torna de extrema raridade. O mais incrível é que no meio da noite o quarto das moças é tomado por um cheiro ruim de bolor, e por formigas que não sabe de onde vêm, mas que se dirigem claramente para o recipiente em que estavam guardados os ossos, justamente embaixo da cama.
Haveria uma menção à presença masculina, constantes nos sonhos da protagonista. E para aumentar o tom macabro, a narradora havia sonhado com um anão (os ossos corporificados) de olhos azuis a olhar para ela. Quando a prima da narradora vai verificar se havia algum resíduo na caixa que pudesse atrair as formigas, nota que os ossos tinham sua posição mexida, pois a cabeça, que estava no fundo, passara para a posição superior. Matam os insetos. No dia seguinte, não há resto algum deles, sendo que ninguém havia feito a limpeza do quarto.
Na madrugada seguinte, quando a protagonista tem outro pesadelo, em que havia marcado encontro com dois namorados no mesmo local e hora, é acordada pela prima, que comunica o retorno das formigas. E, completando o clima assustador, os ossos haviam mudado mais uma vez de posição, estando a cabeça entre os ombros e a coluna recompondo-se. Estaria então o anão se reconstituindo. Diante desse mistério, a estudante de medicina resolve passar a noite em claro e descobrir de onde vinham as formigas. Mas adormece, assim como a narradora. Esta última é acordada aos sustos pela parenta. As formigas haviam voltado e o esqueleto estava quase reconstituído, faltando apenas um osso da perna e os ossinhos da mão esquerda. Sendo assim, fogem da casa.
Este conto, se apresenta sobre um ponto de vista de um narrador testemunha. Segundo a classificação de Norman Friedman (Leite, 1989, p.37), este tipo de narrador narra em primeira pessoa, sendo um eu participante da narrativa, vivendo os acontecimentos e transmitindo ao leitor os fatos de maneira mais direta. Neste caso a narradora comenta, descreve e analisa os acontecimentos. Há uma predominância do discurso direto entre as duas primas.
Na narrativa, o protagonista limita-se à área da fabulação, trata-se de uma história na qual está inserida, porém não restringe a análise apenas à sua pessoa, tem uma visão ampla e também uma tendência à cena, isto é salutar já que o individualismo pode comprometer a plausibilidade da história. O emprego da primeira pessoa oferece várias vantagens, a narrativa parece ganhar maior verossimilhança, visto prescindir de intermediário. A personagem que viveu a história conta-a diretamente ao leitor, assim anulando a distância entre ambos e dando ao leitor a impressão de ser exclusivo confidente do caso.
Para criar a ilusão da existência de espaço o conto apresenta uma caracterização inicial, que descreve o lugar onde as duas garotas se instalariam: “velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada” (Telles, 1977, p.33). Esta caracterização do espaço reforça a idéia da situação, já que no conto fantástico, a identificação do espaço constitui um elemento fundamental, sobre o qual se constrói o curso da ação.
A unidade de ação corresponderia exatamente ao local onde se encerra a situação dramática, esta determinação do espaço onde acontece o mistério das formigas, seria justamente o quarto onde as duas estavam instaladas. Isto reforça uma característica própria do conto que é justamente a criação de um pólo dramático, com a finalidade de equilíbrio interno, limitando a centralização do conto, mantendo assim a objetividade.
No conto, o tempo se apresenta de maneira cronológica, pode-se identificar a passagem da noite e o início da manhã, prevalece uma ordem temporal de acordo com a “sucessão dos fatos que o discurso evoca” (Ducrot,; Nunes, 1988, p.14), seguindo uma seqüência de situações: o caixote de ossos, o cheiro de bolor, o sonho com o anão, o aparecimento das formigas. Esta sucessão de fatos corresponde à dimensão temporal dentro da narrativa, já que a história é feita de acontecimentos estranhos que revelam uma suposta unidade de totalidade temporal. As formigas propriamente só se revelam de noite, antes da madrugada e desapareciam com a luz do dia.
As personagens deste conto, tomando uma perspectiva de E.M Forster (Braith, 1985, p.40), apesar de se tratar de um conto fantástico, são planas (construídas ao redor de uma única idéia e estão imunes à evolução no transcorrer da narrativa, de forma que suas ações apenas confirmam a impressão das personagens).
A estudante de direito (narradora) possui algumas características próprias, mas que não se aproximam da complexidade de uma personagem redonda, tomando como exemplo os seus sonhos, seus pesadelos apresentavam uma conotação masculina, onde vez por outra surgia a figura do anão, porém o sonho é uma situação inerente a todo ser humano, não se podendo tomar este dado como uma caracterização complexa de personagem.
A sua prima, estudante de medicina também é uma personagem plana, assim como a dona da pensão, esta última além de plana pode se subdividir em uma caricatura, já que representa um tipo burlesco de pessoa que se aproxima do ridículo pelos seus aspectos e pelos seus modos.
Além destes personagens, o conto apresenta elementos que constituem o mundo fantástico: o antigo hóspede, o anão, as formigas, o cheiro de bolor, o gato, todos estes aspectos que convergem para um desfecho, onde gradativamente as personagens centrais de certa maneira formam um entendimento do que estava acontecendo, os ossos do anão estavam se formando com o auxílio das formigas, esta unidade de tom ou impressão (Hohlfeldt, 1981, p.8) proposta por Poe, tem um comportamento esperado, já que as personagens centrais, estavam cientes dos acontecimentos, isto seria um tipo de digressão que provém de um intuito de, fixar os olhos do leitor em outros ingredientes acessórios, adiando assim o clímax, o mistério.
Se faz necessário também pontuar outras considerações, mais especificamente ao gênero conto fantástico propriamente e à sua classificação. O conto fantástico é em sua própria essência, uma prática de construção de uma realidade que superpõe a realidade empírica, concreta, onde os homens desenvolvem suas existências cotidianas. Para entendê-lo devemos considerar que as duas realidades – a concreta e a ficcional- entram em um jogo de interdependências e interferências em que a ficcional se apresenta como uma irrealidade em relação à concreta, não como reflexo desta pura e simplesmente, mas como uma tentativa de captação de seu significado. O conto não trabalha com o real concreto, mas com o que o real significa, trabalha na captação e expressão do significado que uma realidade empírica pode ter.
A narrativa fantástica constitui-se num gênero que, por lidar com o insólito, com uma realidade supra-humana, com o sobrenatural ou com o inexplicável de qualquer tipo ou forma, remonta aos primórdios da própria literatura. Seres estranhos e até mesmo extravagantes, pavorosos, lugares encantados por magias ou cobertos por trevas onde o real e a fantasia se mesclam sem delimitações, criando ambientes assustadores ou ingenuamente paradisíacos ou idílicos, podem ser encontrados facilmente nas sociedades mais antigas formando o fundo de um imaginário coletivo em que subjazem todas as formas de medos e esperanças primitivos.
A atitude do fantástico se assemelha a do estranho em "As formigas", divergindo apenas na conduta da explicação dos fenômenos sobrenaturais no final da narrativa. A ambigüidade criada pela erupção do sobrenatural, aterrorizante ou apenas apreensivo, no cotidiano natural permanece até o término da narrativa, sem que os fenômenos insólitos geradores de tensões, apreensões e mal-estar sejam explicados, prevalecendo o terror, a dúvida e a incerteza.
A presença do sobrenatural no fantástico ocorre de forma peculiar. Trata-se de uma invasão do inexplicável no mundo concreto, criando uma situação angustiante de ambigüidade que abala a nossa compreensão baseada na experiência do cotidiano. O sobrenatural não é aceito nem vivenciado como se dá no gênero maravilhoso, de que os contos de fadas são exemplos, mas constitui uma estranheza que coloca em xeque a existência do mundo real e das leis naturais que organizam. Mas se esta é uma característica que serve para separar o fantástico do maravilhoso não é o suficiente para diferenciar o fantástico do seu vizinho, o estranho. Também este se caracteriza pela existência de uma subversão do real, do aparecimento do sobrenatural ou do meta-empírico no mundo concreto de nossas existências reais.


REFERÊNCIAS:

BRAIT, Beth. A personagem. São Paulo: Ática, 1985.

HOHLFELDT, Antonio C. O conto brasileiro contemporâneo. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1981.

LEITE, Lígia Chiappini. O foco narrativo (ou a polêmica em torno da ilusão). 4ª ed. São Paulo: Ática, 1989.

NUNES, Benedito. O tempo na narrativa. São Paulo: Ática, 1988.

TELLES, Lígia Fagundes. Seminário dos ratos. 7ª ed. São Paulo: José Olympio, 1977.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

"Bárbara" de Murilo Rubião (Uma apreciação crítica)

Este artigo tem como prioridade ressaltar a literatura fantásti-ca, a categorização dos personagens e principalmente verificar o aspecto da ficcionalidade no conto, compreendendo esta ficcionalidade como uma mímeses dos conceitos do mundo real e revelando uma possibilidade no imaginário. Murilo Eugênio Rubião nasceu em Silvestre Ferraz, hoje Carmo de Minas (MG), no ano de 1961. Formado em Direito, foi professor, jornalista, diretor de jornal e de estação de rádio (Rádio inconfidência).
Foi o responsável pela organização do Suplemento Literário de Minas Gerais (1966). Publicou seu livro de contos "O ex-mágico" em 1947; "A estrela vermelha" em 1953; "Os dragões e outros contos" em 1965; "O pirotécnico Zacarias" e "O convidado" em 1974; "A casa do girassol vermelho" em 1978 e "O homem do boné cinzento e outras histórias" em 1990.
Teve seus principais contos traduzidos para diversos idiomas, alguns adaptados para o cinema e outros encenados. Faleceu em Belo Horizonte em 1991, onde residiu a maior parte de sua vida. O conto analisado, "Bárbara", faz parte do livro "O pirotécnico Zacarias" de 1974. O fato de Rubião não ser lido e estudado na mesma proporção do valor de sua obra se deve à forma como sua narrativa foi recebida pela crítica da época e também pela própria natureza de sua ficção. As primeiras críticas, na década de 40, consideraram que a narrativa muriliana frustrava as expectativas do leitor, pois o realismo parecia se transformar em insólito, tal julgamento deixou os livros de Rubião nas prateleiras por quase trinta anos, até a década de 70, quando eclodiu o fantástico hispano-americano.
No conto "Bárbara", o escritor inicia a sua temática com um provérbio cristão, na realidade, Murilo Rubião no início de seus contos sempre colocava epígrafes. A religiosidade e a fé dava ao escritor uma espécie de segurança e de conforto, que ele estampava em seus textos. A impressão que se tem é que o escritor se desiludiu com a religião, sendo assim, o mundo começa a lhe parecer absurdo, então a vida parece ser igualmente absurda. A tendência estética seria a "literatura fantástica", possuindo esta, características próprias.
A literatura fantástica é em sua própria essência, uma prática de construção de um imaginário que superpõe a realidade empírica, concreta, onde os homens desenvolvem suas existências cotidianas. "Para entendê-las devemos considerar que as duas realidades, a concreta e a ficcional, entram em um jogo de interdependências e interferências em que a ficcional se apresenta como uma irrealidade em relação à concreta" (JOZEF,1986,p.168).
Apesar de haver muitas vezes uma dificuldade em definir a narrativa fantástica, ela se constrói com base em algumas características particulares. Como diz Furtado: "O meta-empírico, entendendo como tal o que esteja para além do que é verificável ou cognoscível a partir da experiência, tanto por intermédio dos sentidos ou das potencialidades cognitivas da mente humana" (FURTADO, 1980,p.20).
A narrativa fantástica constitui-se numa estética que lida com o insólito. Esta realidade supra-humana está associada ao sobrenatural ou ao inexplicável, a presença da realidade supra-humana na literatura fantástica ocorre de forma peculiar. O conto "Bárbara", trata-se de uma invasão do inexplicável no mundo concreto, criando uma situação de ambiguidade que abala a nossa compreensão baseada na experiência cotidiana. O conteúdo do conto demonstra uma forma irônica, descontraída e bizarra de tratar a questão dos desejos e as possibilidades de realização. Há também um lado mórbido e sarcástico, tanto no aspecto do controle e do sofrimento que o homem está destinado, quanto da parte dela, da sua patologia do querer, além da sua obesidade, que aumenta em proporções estarrecedoras e cresce igualmente com as realizações dos desejos.
A categorização dos personagens obedece aos seguintes aspectos: O plano, já que em Bárbara permanece a construção de uma única idéia, no caso a sua obsessão e seu espírito imutável; e o esférico, revelando uma maior complexidade psicológica da personagem masculina. O companheiro de Bárbara narra de forma detalhada o empenho em satisfazê-la e retrata de que maneira ele utiliza para realizar. A criança no conto surge apenas como personagem secundário, um elemento de contraste em relação à Bárbara, aparentando um aspecto físico sempre raquítico e fragilizado.
A ficcionalidade no conto é uma transgressão da causalidade, a presença do fantástico. A sensação que se tem ao ler o conto é de perplexidade, a fantasia traz essa qualidade, pois evolui proporcionalmente, mostrando de que modo a farsa se inclui na vida diária, a loucura nos fatos corriqueiros, de modo que o ilusório torna real a liberdade de ação, indo de encontro às limitações e padrões estéticos do homem real.
O aspecto fantástico do conto está relacionado principalmente aos desejos absurdos de Bárbara, tais como:
"Lhe implorei que pedisse algo. Pediu o oceano".
"Pediu-me um baobá, plantado no terreno ao lado do nosso".
"Seria tão feliz, se possuísse um navio! ".
"Não pediu a lua, porém uma minúscula estrela, quase invisível a seu lado".
A proposta de ruptura consiste na promessa de um desenvolvimento normal, introduzido, quando menos se espera, pelo elemento absurdo. Na técnica, também pode-se fazer o inverso: situações inexplicáveis desenrolam-se como se o absurdo fosse comum. Tomando Octavio Paz como exemplo dessa duplicidade, de certa forma ele também traça um elo entre os dois lados do ser humano, a realidade e o fantástico ao tratar desses níveis de experiência: "La experiência poética es una revelación de nuestra condición original. Y esa revelación se resueve siempre en una creación: la de nosotros mismos. La revelación no descubre algo externo, que estaba ahí, ajeno, sino que el acto de descobrir entraña la creación de lo que va a ser descubierto: el proprio ser"(PAZ, 1996,p.154).
A ausência de rígidas demarcações entre o racional e o irracional e também, entre o real e o irreal formam a grande questão em Murilo Rubião. Pode-se chegar à conclusão de que a própria ficção não fica restrita às obras ditas ficcionais. Daí a oposição entre os termos e os comportamentos entre a pura ficcionalidade e o realismo-fantástico. A experiência do imaginário no mundo real, em Murilo Rubião e propriamente neste conto, teria uma relação com a condição humana defrontando e coexistindo com o insólito, neste caso, os personagens inseridos no cotidiano comum, deparam-se com uma ficcionalidade supra-humana que interage com o conceito de real.
Geralmente a narrativa nos contos fantásticos desenvolvem-se através de uma técnica que incita a dúvida e provoca um impacto que subverte a realidade cotidiana, deixando o leitor quase sempre em estado de incerteza com o que possivelmente viesse a acontecer em seguida, causando o que se chamaria de estranhamento, em face do absurdo ou inexplicável.

REFERÊNCIAS

RUBIÃO, Murilo. In: O pirotécnico Zacarias. 8 ed. São Paulo, Ática, 1981.p.29-33.
PAZ, Octavio. El arco y la lira. México: Fondo de Cultura Econômica, 1996.
CANDIDO, Antonio. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1998.
JOZEF, B. A Máscara e o enigma. R.J.: Livraria Francisco Alves, 1986.
FURTADO, F. A Construção do Fantástico na Narrativa. Lisboa: Livros Horizontes, 1980.